O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, autorizou a extração de dados do celular do estudante de Enfermagem Leonardo Araújo Meira, preso com cocaína avaliada em R$ 3,5 milhões. Em decisão proferida nessa quinta-feira (05), o magistrado aceitou o pedido formulado pelo Departamento de Repressão às Organizações Criminosas (DRACO), com o objetivo de aprofundar as investigações envolvendo o tráfico interestadual de drogas, que tinha como um dos participantes o estudante.
Leonardo Araújo foi preso em flagrante no dia 28 de maio após ser abordado no Posto Fiscal da Tabuleta, na zona sul de Teresina. Conforme apresentado pela autoridade policial, ele já era alvo de investigações acusado de ser um dos agentes responsáveis pelo tráfico de entorpecentes entre os estados do Maranhão e Piauí.

No dia da captura, a Polícia Civil identificou que o acusado buscou os entorpecentes em uma cidade no Maranhão e entregaria a droga na cidade de Teresina. A viagem foi feita no veículo do próprio estudante, modelo Fiat Pulse. Já próximo do seu destino, ele foi abordado em uma barreira policial e após vistoria no automóvel, foram encontrados 30 tabletes de substância entorpecente análoga a cocaína.
Com a apreensão do aparelho celular de Leonardo Araújo, o DRACO encaminhou pedido ao Judiciário pleiteando a extração de dados do eletrônico, com objetivo de aprofundar a apuração da possível prática do crime de tráfico de entorpecentes imputado ao estudante de Enfermagem.
A solicitação foi atendida pelo juiz Valdemir Ferreira Santos, que autorizou o o ao conteúdo e extração de dados de mensagens, chamadas, contatos, vídeos, áudios, fotos, redes sociais, dados em nuvem e cartão de memória do celular. Nesse mesmo cenário, o compartilhamento para outros procedimentos policiais e processos criminais também foram concedidos.
Estudante diz que tinha dívida de R$ 3 mil com traficantes
Em depoimento na sede do DRACO, o estudante Leonardo Araújo Meira revelou que começou a fazer o transporte de drogas há quatro meses por possuir uma dívida de R$ 3 mil com os traficantes, pois é viciado em maconha e haxixe. Dessa forma, o valor do débito seria quitado com o serviço.
No dia em que foi preso, ele disse que receberia a quantia de R$ 4 mil pelo transporte da droga, mas descontaria R$ 3 mil da dívida e ficaria com R$ 1 mil. O estudante de Enfermagem também disse que não conhece o responsável pela encomenda dos entorpecentes e que os dois só mantinham contato por meio do Whatsapp.
“O valor que eles iam descontar era R$ 3 mil, porque, na verdade eu que estava devendo eles. Eu estava devendo R$ 4 mil e ia ficar só com R$ 1 mil. Posteriormente, eu faria algo para pagar R$ 1 mil ou pagaria com o meu dinheiro de Uber”, revelou Leonardo Araújo.
Droga seria distribuída para o Comando Vermelho
Segundo o DRACO, responsável pelas investigações em face da participação do estudante no tráfico interestadual de drogas, a carga de R$ 3,5 milhões em cocaína apreendida com ele tinha como destino membros da organização criminosa Comando Vermelho e seria distribuída na capital piauiense e no Litoral do Piauí.
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