Carolina Matta
O empresário Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizaram uma troca de acusações nesta quinta-feira (5), em um embate que se intensificou nas redes sociais. O atrito teve início após críticas de Trump à posição de Musk sobre um projeto fiscal em tramitação no Senado americano e terminou com o bilionário associando o presidente ao escândalo sexual envolvendo o caso Jeffrey Epstein.
Mais cedo, em uma publicação na plataforma Truth Social, Trump afirmou ter “dispensado” Musk de seu governo e revogado o que chamou de “mandato dos carros elétricos” — uma medida que, segundo ele, “obrigava todos os americanos a comprarem veículos elétricos”. “Elon estava ficando inável, pedi para que ele saísse, tirei seu Mandato de Carros Elétricos que forçava todos a comprar carros elétricos que ninguém queria (e ele sabia há meses que eu ia fazer isso!), e ele simplesmente enlouqueceu!”, escreveu Trump.
Musk respondeu prontamente na rede X, da qual é proprietário, classificando as declarações como falsas. “Mentira tão óbvia. Que triste”, publicou o bilionário.
Corte nos contratos com Musk
A troca de farpas se intensificou durante a tarde. Trump sugeriu que o governo deveria cortar todos os subsídios e contratos públicos com empresas de Musk. “A maneira mais fácil de economizar dinheiro no nosso Orçamento, bilhões e bilhões de dólares, é terminar com os subsídios e contratos governamentais de Elon. Sempre me surpreendeu que Biden não tenha feito isso!”, escreveu o presidente.
Acusação de que Trump está na lista de Jeffrey Epstein
Musk, por sua vez, elevou o tom e acusou o presidente de constar nos documentos do caso Jeffrey Epstein, que envolve um esquema de tráfico sexual nos anos 2000: “Hora de soltar a bomba de verdade: Donald Trump está nos arquivos de Jeffrey Epstein. Essa é a verdadeira razão de eles não terem sido tornados públicos. Tenha um excelente dia, DJT!”, publicou, marcando o perfil oficial do republicano no X. Em seguida, acrescentou: “marque este post para o futuro. A verdade vai aparecer”.
Início do conflito
A origem do desentendimento está relacionada ao polêmico projeto de lei fiscal defendido por Trump e que, segundo o Escritório Orçamentário do Congresso, pode aumentar a dívida pública americana em até US$ 2,4 trilhões nos próximos dez anos.
Nos últimos dias, Musk criticou abertamente a proposta, afirmando que a sua aprovação prejudicou seu papel como assessor do governo e como líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). “Nem mesmo aqueles no Congresso que tiveram que votar no Grande Projeto de Gastos tiveram tempo de lê-lo!”, escreveu.
O empresário também reclamou da falta de reconhecimento por parte de Trump. “Sem mim, Trump teria perdido as eleições, os democratas teriam controlado a Câmara dos Representantes e os republicanos teriam ficado em 51 a 49 no Senado”, escreveu Musk, destacando que investiu pelo menos US$ 250 milhões na campanha de Trump.
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