O empresário Luiz Augusto Machado da Cruz Paião está entre os presos pela Polícia Civil do Piauí nesta terça-feira (18), no âmbito da Operação Usuário Zero. Ele é suspeito de constituir associação criminosa envolvida em um esquema de fraudes processuais que causou um prejuízo de mais de R$ 6 milhões a rede de postos Ipiranga, segundo informações apuradas com exclusividade pelo GP1.
Luiz Augusto foi preso em casa, na zona leste de Teresina. Ele é investigado por suspeita de praticar os crimes de fraude processual, violação de sigilo funcional, corrupção iva, inserção de dados falsos em sistema de informações, invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e associação criminosa.

Além do empresário, foi preso o advogado Carlos Yury Araújo de Morais, suspeito dos mesmos crimes.

Outro alvo da Operação Usuário Zero é o empresário Paulo Sandro Rocha Amorim, mais conhecido como Paulo Caiano, também acusado de integrar o esquema criminoso. Ele, que também teve a prisão decretada e está foragido, é namorado da prefeita de Luzilândia, Fernanda Marques (PT).
Como funcionava o esquema
Segundo levantamento feito por nossa reportagem, os investigados conseguiram o ao sistema do Tribunal de Justiça do Piauí para fraudar um processo de execução de título extrajudicial em desfavor da rede Ipiranga, conseguindo a penhora de R$ 6.312.072,77 (seis milhões trezentos e doze mil setenta e dois reais e setenta e sete centavos). O processo foi ajuizado por representantes de diversos postos de combustíveis situados no Piauí, sob o argumento de descumprimento contratual por parte da rede Ipiranga.
A decisão, datada do dia 1º de agosto de 2023, foi assinada pela então juíza Lucicleide Belo – hoje desembargadora. Ocorre que, segundo a própria Justiça do Piauí, a sentença foi objeto de fraude.
No dia 22 de agosto do mesmo mês, o analista judicial Lorran Bastos, da 8ª Vara Cível da Comarca de Teresina expediu uma certidão, comunicando que a minuta da sentença encaminhada à magistrada não havia sido confeccionada por ele. Concluiu-se, dessa forma, que o do servidor foi utilizado por terceiros.
“Certifico ainda que a magistrada desta unidade realizou a da minuta, considerando a relação de confiança com o referido servidor”, consta na certidão emitida pelo analista judicial.
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