Rauena Pinheiro
Candidatos apoiados pelo presidente argentino Javier Milei lideraram a disputa pelas cadeiras da legislatura da cidade de Buenos Aires nas eleições desse domingo (18). Com mais de 99% das urnas apuradas, a chapa encabeçada pelo porta-voz presidencial Manuel Adorni ficou em primeiro lugar, com 30,1% dos votos, segundo dados oficiais.
"Hoje é um ponto de inflexão para as ideias de liberdade", declarou Milei, celebrando o resultado ao lado de ministros e aliados em um palco montado para a ocasião.
Em segundo lugar, com 27,4%, aparece Leandro Santoro, ligado ao movimento peronista e próximo da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner. Santoro era apontado como favorito em boa parte das pesquisas antes da votação.
A terceira colocação ficou com Silvia Lospennato, do partido PRO, que obteve 15,9% dos votos. A legenda, ex-aliada de Milei, hoje disputa com o presidente a hegemonia no campo de centro-direita.
A eleição renovou metade das 60 cadeiras da legislatura da capital argentina e foi considerada o primeiro teste eleitoral significativo para Milei desde sua posse no final de 2023. A gestão atual tratou a votação como um termômetro do apoio popular às reformas econômicas implementadas nos primeiros meses de governo.
“Não foi apenas uma eleição local”, afirmou Adorni durante o discurso da vitória. “Foi uma disputa entre dois modelos: o da casta política, dos poucos privilegiados, e o da liberdade. Hoje, a liberdade venceu — mais uma vez.”
De acordo com a analista política Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit, o governo tentou transformar o pleito em um referendo sobre os resultados econômicos recentes, como a desaceleração da inflação e o primeiro superávit fiscal em 14 anos. “Esse é o principal trunfo do governo”, avaliou Fornoni.
O desempenho em Buenos Aires é visto como um indicativo relevante para as eleições legislativas nacionais de meio de mandato, marcadas para outubro.
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