A deputada federal Carla Zambelli (PL) declarou nesta quinta-feira (15) que não conseguiria sobreviver à condenação de 10 anos em regime fechado, determinada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão unânime, tomada na quarta (14), condenou a parlamentar pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em um caso que envolve o hacker Walter Delgatti.
Os ministros do STF entenderam que Zambelli teve participação direta no ataque cibernético, o que levou à condenação tanto dela quanto de Walter Delgatti, que recebeu pena de 10 anos e 20 dias de prisão. A deputada, no entanto, afirmou que as acusações são baseadas em depoimentos falsos do hacker, a quem chamou de “mitômano”.

Zambelli revelou ainda que enfrenta sérios problemas de saúde, incluindo a síndrome rara Ehlers-Danlos, que provoca deslocamentos articulares frequentes, além de problemas cardíacos e depressão. Segundo ela, o estresse causado pelo processo judicial agravou seu quadro clínico. “Estou juntando diversos relatórios médicos que comprovam que eu não sobreviveria à prisão”, afirmou a deputada. “Esses documentos serão apresentados no momento oportuno.”
Possibilidade de recursos e outras condenações
Apesar da condenação, a deputada ainda pode recorrer da decisão. Há vários instrumentos jurídicos disponíveis para a defesa que podem ser utilizados antes que a pena seja cumprida em regime fechado. Vale lembrar que, em março, o STF já havia formado maioria para condenar Carla Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto por porte ilegal de arma.
A sentença se refere a um episódio no qual a parlamentar exibiu uma arma e perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo, na véspera das eleições de 2022.
Além disso, em janeiro, Zambelli foi condenada à cassação pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), após ação movida pelo PSOL que a acusava de envolvimento em desinformação eleitoral.
Ver todos os comentários | 0 |